Apesar de toda incerteza provocada pela pandemia do covid-19, parece haver um consenso de que o mundo não será mais o mesmo. E no que diz respeito à educação, parece muito claro que a necessidade de uma rápida adaptação acelerou alguns processos, principalmente no que tange aos meios digitais.
Antes da covid-19 surpreender a todos, o mundo da educação no Brasil era dividido entre dois conceitos: presencial e EaD – acrônimo de “ensino a distância”. Com a pandemia, popularizaram-se as plataformas de reuniões digitais, tais como o Zoom ou Teams. Adaptadas para os fins educacionais, surgiu daí um terceiro conceito, que é a aula remota.
Adotado pela FESP desde o início das medidas de distanciamento social, as aulas remotas passaram a fazer parte do cotidiano de professores e alunos, promovendo uma série de adaptações comportamentais para ambos. Diferente do EaD, a aula remota acontece em tempo real com mediação digital, no mesmo horário em que o estudante estaria dentro da sala presencialmente. Dessa forma, procura-se amenizar as dificuldades de interação trazidas pelo distanciamento, preservando assim a relação aluno-professor.
Para o aluno Alex Giovani Peixoto, que está no 5º período do curso de Direito, a experiência com as aulas remotas tem sido, em suas palavras, “uma quebra de paradigma”. Assim como a maioria, Alex acreditou, em um primeiro momento, que voltaríamos à normalidade em cerca de 15 dias. Hoje, após quase quatro meses das primeiras ações de prevenção à pandemia, Alex acredita que já estamos vivendo o futuro. “É um aprendizado, foi necessária uma adaptação. Como aluno vivo hoje este novo normal, como chamam. Às vezes fácil, às vezes difícil”.
O aluno do 5º período relata que sua rotina acadêmica não sofreu tantas mudanças, exceto o fato de não ter que se locomover até a FESP. Os desafios, porém, são outros. “Para manter o equilíbrio, é necessária muita disciplina. É muito fácil desviar o foco, porém os professores se esmeram muito na transferência de conteúdo, sempre à disposição dos alunos, mesmo fora do horário de aula. Portanto, a adesão do aluno e o empenho é fundamental para conseguir manter o foco no estudo”.
Não muito diferente é a opinião de Alexia Brotto Cessetti, professora da disciplina Direito Processual Civil do curso de Direito da FESP. “Adaptar a esse novo formato de aulas remotas requer o mesmo cuidado no preparo das aulas, atividades, atualização. Mas requer novas habilidades, principalmente para se aproximar dos alunos e não tornar a aula cansativa. Uma boa câmera, uma boa luz e técnicas de vídeo passam a ser fundamentais nesse processo”.
A professora da FESP lembra que “essa nova geração está acostumada a assistir vídeo-aula e aproveita bastante esse recurso. Mas a aula remota não é acessar o sistema e ‘dizer que está on-line’. É preciso participar”. Além das questões técnicas – como velocidade de internet, luz e áudio -, Alexia destaca outros pontos para um bom aproveitamento das aulas remotas como, por exemplo, “encerrar a aula e ter o mesmo compromisso de revisar as anotações, buscar uma doutrina, ler os pertinentes artigos de lei…”, dicas já conhecidas de antes da pandemia.
“Ninguém estava preparado para esse cenário. E não sabemos quando, efetivamente, voltaremos em definitivo para as aulas presenciais. Reconhecer nossas falhas, possibilidade de melhorias, se colocar no lugar do outro, se tornaram imperativos nesse processo. Mas estamos juntos, pelo amor ao Direito e à profissão, na certeza de conduzir nossos alunos – presencial ou remotamente – na busca dos seus objetivos”, palavras da prof.ª Alexia, mas que refletem o compromisso da FESP como instituição de ensino.
Continuar ou trancar? Eis a questão…
Gabriel Antonio Kotowski é aluno do 10º período do curso de Direito da FESP e prepara-se para a formatura. As incertezas trazidas pela pandemia do covid-19 colocaram em xeque, em um primeiro momento, a conclusão do curso. Ansioso para finalizar a graduação em Direito, o aluno acredita ter tomado a decisão certa. “Acredito que foi uma decisão acertada (continuar o curso), eu já estava na reta final. Como as aulas continuaram, mesmo que remotamente, consegui adquirir o conhecimento do último semestre de forma satisfatória”.
Indagado sobre a possibilidade de trancar sua matrícula, o aluno disse que “as consequências seriam um potencial atraso no meu projeto de vida profissional”. O aluno salientou a mudança repentina em sua rotina acadêmica, superada com a adaptação adquirida ao longo desses quatro meses de aulas remotas. “Me adaptei dedicando o mesmo tempo para o estudo que dedicava antes. Mesmo tempo para as aulas e para as leituras que a formação em Direito demanda”, relatou o aluno.
Quando o mundo muda, mudamos com o mundo – diz uma velha máxima. E à exemplo de alunos e professores, as instituições também buscam novas práticas para seguir o fluxo do “novo normal”. Nas palavras do diretor acadêmico da FESP, prof. Elcio Orlando Calegari, “no rastro da pandemia houve uma mudança incrível nos procedimentos operacionais de praticamente todas as empresas. Coisas que até pouco tempo atrás nos pareciam ou se caracterizavam como um futuro muito distante, passaram a ser uma constante no cotidiano”.
O diretor acadêmico destaca que a “FESP precisou se adaptar em pouco tempo, mas sempre fiel ao seu compromisso de promover o melhor ensino, buscando sempre o aprimoramento para obter melhores resultados na construção do conhecimento. Nossos próximos passos são estimular nossos professores a utilizarem com maior eficiência e maior eficácia as metodologias digitais. O ensino por meio remoto será permanente, queiramos ou não”.
Apesar das mudanças e problemas trazidos pela pandemia, o prof. Calegari não esquece de um importante elemento para a superação dos tempos difíceis: a esperança. “Ciente de que devemos nos comprometer com o futuro, deixo aqui uma mensagem de esperança e certeza de que os tempos que virão serão melhores e mais eficientes em relação ao passado”.