Primeiro período do curso mostra como funciona a memória, a consciência e os cinco sentidos, por meio do lúdico 

Acadêmicos do primeiro período em oficina de sensações e percepções. Foto por: Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

Por Gabrielle da Cruz Cordovi | Agência de Comunicação ACCIO. 

Nesta segunda-feira (01/07), o primeiro período do curso de Psicologia realizou uma oficina de sensação e percepção, tendo como base o que foi aprendido na disciplina de Processos Psicológicos Básicos, sob a supervisão e orientação da docente Patrícia Campos Nogueira.

O intuito, segundo comenta a docente, é que as pessoas possam vivenciar as funções psicológicas superiores por meio do lúdico, havendo uma interação entre estudantes e convidados. “Os acadêmicos vão explicar para os convidados e acadêmicos da FESP o que é a função psicológica da memória, como ela se processa, tudo por meio de jogos inclusivos, explicando o conteúdo do semestre. Para eles, é uma forma criativa de avaliação; para os convidados, uma oportunidade de aprendizado”, explica a professora Patrícia Campos Nogueira, responsável pela disciplina Processos Psicológicos Básicos.  

A diretora acadêmica Lilian Luitz participou do evento promovido pelo curso. E desta experiência, extraiu informações valiosas para adotar na rotina. Mas, acima de tudo, observou a importância da instituição estar impulsionando o aluno ao processo de aprendizagem.

Lilian destacou que pedagogicamente o conhecimento se aprende na prática. “Ali [na oficina], o aluno teve a oportunidade de falar sobre o que aprendeu, fazendo aplicações na vida, por meio de jogos. E deram ao outro, que somos nós, a oportunidade de interagir. [Lev] Vygotsky foi um estudioso nas metodologias de aprendizagem e ele diz: ‘o conhecimento deve estar à frente do aluno’. Cabe a instituição impulsionar esse conhecimento. O professor dá o conhecimento, impulsionando o aluno, para que seja alçado para frente”, revelou.

A diretora acadêmica também reforçou o trabalho da professora de Psicologia, que deu acesso e significado ao conhecimento, e assim oportunizou a experiência. “Isso é altamente genuíno para um resultado de aprendizagem. Se notava o domínio que eles [alunos] tinham do tema, além da desenvoltura. A dinâmica, também, lançada na oficina foi lúdica. Isso atrai tanto crianças quanto adultos. Parabenizo a professora e a atuação dos alunos em trazer um formato de conhecimento tão especial como este”, finaliza a professora Lilian Luitz, diretora acadêmica da FESP.  

Oficinas do curso de psicologia realizadas pela manhã 

A oficina esteve dividida em duas salas. Na primeira, os stands eram voltados para detalhar o significado de consciência através de um quiz de perguntas e respostas, além de apresentar a função da memória de curto e longo prazos.

Para se encaminhar para a segunda sala, os convidados passaram por um túnel, com a proposta de aguçar os três sentidos: olfato, paladar e tato. Ao fim do túnel, o público se deparava com mais duas oficinas, tanto de atenção quanto de percepção.  

Stand de Percepção

Os estudantes William Mutakata, Fernanda Oliveira Domingues e Jhenifer Duarte Fonseca mostraram diferentes materiais que trabalham com o ilusionismo e as formas geométricas. Foto por: Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

O stand de percepção, liderado pelos estudantes William Mutakata, Fernanda Oliveira Domingues e Jhenifer Duarte Fonseca, mostrou diferentes materiais que trabalham com o ilusionismo e formas geométricas.  

“O princípio da sala james é mostrar uma sala normal, mas dentro os bonecos dão a sensação de tamanhos diferentes, apesar de ambos serem da mesma altura. Esse efeito acontece porque a sala não é um paralelepípedo, mas, sim, trapezoidal. Ou seja, a base é reta e todos os outros ângulos são maiores ou menores, sendo que os desenhos de dentro dão a impressão de mudança de tamanho”, analisa o estudante William do primeiro período de Psicologia.  

 Trabalho sobre o Modelo Atencional de Sohlberg e Matter

Jenifer Alves dos Santos Café, Anna Grisolia e Kauan Kustel Marinho. Foto por: Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

A atenção, segundo explica a estudante Anna Grisolia, é a capacidade de focalizar a consciência em algo. Sendo um sistema bem complexo, a atenção está ligada a diversos subprocessos, como concentração, focalização e consciência.  

A atenção também está vinculada ao fato de ter dormido bem à noite, se houve uma boa alimentação e se o cérebro está descansado, dentre outros fatores, tais como: aos afetos, as expectativas, as emoções e ao nosso interesse diante do objeto.  

“Ela [atenção] é estudada por várias áreas do conhecimento, desde Psicologia até Marketing, perpassando por Neurociência, Publicidade, Pedagogia e Psicopedagogia. Há muitos modelos de atenção, que vão qualificar as categorias de atenção. O mais utilizado é o modelo Atencional de Sohlberg e Matter”, compartilhou durante a apresentação a estudante Anna Grisolia.   

De acordo com ela, é necessário um nível ótimo e médio de excitabilidade para conseguir uma boa atenção. Através de uma atividade, os estudantes explicaram, na prática, como funciona a categoria de atenção sustentada, conciliando com a contação de uma história e, em paralelo, três campainhas de mesa, para apertar apenas quando ouvisse a palavra “branco”, diante de uma lista de cores. 

Memória descarta informações desnecessárias

Juliana de Farias Pires Gomes, Rachel Munhoz e Bruna Franco Barbosa. Foto por: Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

A memória é um processo de várias fases. Um recurso importante para desenvolver várias atividades no dia a dia, desempenhando trabalhos simples e complexos. Em uma primeira etapa, a memória começa recebendo estímulos externos, como apontou a estudante Juliana de Farias Pires Gomes.

“Essas informações se transformam em registros sensoriais, sendo a primeira fase da memória. A partir das informações acumuladas, o cérebro vai fazendo um descarte daquilo que não será utilizado, para evitar uma carga mental”, disse Juliana.  

Para compreender como funciona a memória de curto e longo prazo, a estudante Rachel Munhoz dividiu o cérebro didaticamente em cores, para destacar o lóbulo frontal, parietal, temporal e occipital, o cerebelo e a medula. Por fim, a aluna Bruna Franco Barbosa ficou responsável por aplicar as atividades de memória, uma forma que, segundo ela, serve para estimular e preservar as informações recebidas pelo cérebro. 

Stand da consciência

 

Gabriel Bonato Pontarolli Teodoro, Roberta Fontanelli e Raphaela Mulazani de Souza. Foto por: Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

De acordo com a acadêmica Raphaela Mulazani de Souza, a consciência não está localizada em um lugar específico do cérebro. A consciência é formada pela experiência individual em consonância com as sensações. Ela ainda enfatiza que, normalmente, as pessoas enumeram erroneamente os níveis de consciência, dividindo-os em “consciência, subconsciência e inconsciência”. A estudante destaca que o correto, dentro do que prega a ciência, é: consciência e inconsciência (que é quando não temos noção do que acontece ao nosso redor). 

O grupo apresentou também os 8 tipos de consciência, denominados de:  

Vigil ou normal, que é o quando se está acordado e consciente, no qual usa as sensações para interagir com o que acontece a nossa volta.  

Torpor: ocorre quando está em “estado de choque” ao presenciar, por exemplo, um atropelamento e/ou acidente. Há uma lentificação do pensamento e da coordenação motora. 

Turvação: ocorre quando há intoxicação por álcool ou benzodiazepínicos. Há uma dificuldade em responder a estímulos e é necessário um maior esforço para se obter uma resposta motora. 

Obnubilação: ocorre quando está adormecendo ou acordando, na epilepsia e no choque elétrico. A atenção voluntária fica dispersa e há dificuldade em articular frases conexas. 

Coma: nível mais crítico de comprometimento da Consciência. Divide-se em 4 estados, sendo que o mais grave o coma IV que é equivalente a morte cerebral e é utilizado como critério para Morte Clínica.

 

Estudante do quinto período de Direito e servidor público do TJPR 

Carlos Roberto dos Santos participou da oficina de sensações e percepções. Foto por: Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

O estudante de Direito do quinto período, Carlos Roberto dos Santos, diz que gostou da experiência que a oficina de sensações e percepções proporcionou. Ele comentou que foi uma orientação do docente do curso para se envolver com a pesquisa acadêmica que o curso de Psicologia desenvolveu.

O convite o motivou a analisar a oficina pela perspectiva do Direito, agregando novas informações para compreender como acontece o processo sensorial das testemunhas. “O que me motivou foi a necessidade de entender a questão sensorial. É um sentido importante para as testemunhas, porque, muitas vezes, elas veem um fato e tem como obrigação declarar essa situação tempos depois. E certamente, ela terá influência da sua mente, tendo dificuldades de declarar o que foi visto. Na minha opinião, o testemunho declarado, ouvido em juízo, está sempre sujeito a variações do meio. E entendo que não é possível exigir conduta diversa da testemunha”, enfatizou o servidor público em Gestão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).  

Curso de Psicologia noturno

Psicologia encerra as atividades do semestre com a Oficina de Sensações e Percepções. Foto por: Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

Os acadêmicos do primeiro período noturno do curso de Psicologia também propuseram dinâmicas relacionadas a sensação, percepção, memória e consciência. Desta vez, cada equipe optou por métodos distintos para interagir com o público.  

Se o anseio era diminuir os níveis de ansiedade. Para isso, a oficina de aromaterapia se destacou como ideal para o relaxamento e conforto; em contrapartida, se o público sentia a necessidade de aprimorar a memória de curto prazo, nada melhor do que recorrer à Grécia Antiga, como a técnica de Loci. Agora, em paralelo a memória, os convidados podiam optar pela oficina de atenção, afinal, os estímulos externos impedem uma atenção plena nas atividades simples e complexas do dia a dia.

E para aguçar mais os sentidos, a oficina de percepção foi uma ótima alternativa para desenvolver a experiência tátil. Uma atividade que também pensou na inclusão de pessoas com deficiência visual. Para encerrar a noite, o público sentiu na pele o estado de consciência no modo turvo, ou seja, a simulação de uma embriaguez com o auxílio de um aparelho eletrônico, como um óculos de realidade virtual.  

 

Confira nas fotos abaixo as equipes responsáveis por essas ideias:  

Oficina da Sensação (Equipe: Vânia Patrícia Nunes Santana, Vitória Mara de Azevedo Velho, Renata Graziele Pires Pamplona e Dayane Marques).

 

Oficina de Memória de curto prazo: Equipe – Karoline de Souza, Diego Schlenker Gomes, Ana Paula Dalmaz.

 

Oficina de Atenção: Equipe – Clark Rodrigues Macedo, Mariana Rimoli Rosa e Tassiana Souza.

 

Oficina Percepção: Equipe – Greice Araújo Costa, Michele Cristina Alves da Silva Correa e Meiry Lene.

 

Oficina Consciência: Equipe – Eickman Matheus dos Santos de Souza, Bruna Moreira da Silva e Benhur de Marco.