A nona edição do INTERBUSINESS começa nesta quarta-feira, 16/05, a partir das 14h na Universidade Positivo – Auditório Bloco Bege. Serão dois dias de programação sobre o tema “Making Small The New Big”, trazendo o que há de mais atual nas áreas de gestão, negócios e internacionalização – clique aqui para acessar o site do evento.
Um dos convidados desta edição é o jornalista e apresentador Alonso Garcia. Nascido no Chile, possui mais de 25 anos de experiência como jornalista, relações públicas, professor e executivo. Atuou como diretor de Relações Públicas Culturais da Marinha do Chile, vice-presidente de comunicação, marketing e de community affairs da rede de televisão Azteca (Orlando – EUA) e diretor executivo do Getty Images no México.
Como jornalista e apresentador de TV, realizou mais de 1.000 entrevistas com políticos, com destaque para a entrevista realizada com Hillary Clinton. Há cinco anos atua como gerente regional do provedor de imagens Shutterstock para a América Latina, experiência que certamente faz parte do tema de sua palestra no INTERBUSINESS: “A Força das Imagens na Gestão”.
Em entrevista realizada na última segunda-feira, em um hotel localizado em frente à Praça Santos Andrade, Alonso Garcia disse ser um “privilégio estar em Curitiba, uma cidade reconhecida internacionalmente por sua cultura, simbolizada, por exemplo, pelo prédio da Universidade Federal do Paraná”. Após algumas palavras sobre Curitiba e o estado do Paraná, o jornalista-professor-executivo gentilmente concedeu a rápida entrevista que segue abaixo.
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É uma grata surpresa termos a oportunidade de ouvir um jornalista falando em um seminário cujo foco é a gestão e os negócios. Você pode nos oferecer uma prévia do que encontraremos em sua palestra no INTERBUSINESS?
Alonso Garcia: Primeiramente quero dizer que esta palestra faz parte do compromisso da FESP e da Florida Christian University em entregar no INTERBUSINESS ferramentas significativas para os participantes do evento, que se realiza tanto em Curitiba como em Orlando, na Flórida.
Respondendo sua pergunta: Se fizermos um resgate histórico da humanidade, observaremos que as imagens estão presentes desde sempre, principalmente na forma como os humanos se comunicam entre si.
Isso se deve porque a forma mais fácil de compreender uma mensagem não é pelas palavras, mas pelas imagens. Quando acessamos uma mensagem por meio da oralidade (fala), está demonstrado cientificamente que o cérebro retém apenas 10% do que se escuta. Quando a informação é lida, a retenção é de 20%. Mas quando a informação é assimilada por meio de uma imagem, a retenção é de 80% da informação. O que isso nos mostra? Isso nos mostra o poder da imagem para o desenvolvimento do ser humano.
A comunicação que hoje se desenvolve através das imagens é extraordinariamente rápida. Isso porque um décimo de segundo corresponde ao tempo que a imagem é assimilada pelo cérebro – que é muito mais rápido que a assimilação pela leitura, por exemplo. Outra característica da imagem é que ela rompe as barreiras do idioma e, algumas vezes, rompe também as barreiras culturais.
Entendendo que as empresas compreender o potencial das imagens em sua comunicação, onde se encontra o possível gargalo?
AG: O que acontece com as empresas, incluindo as grandes empresas, é que muitas vezes a comunicação que se faz não está de acordo com a necessidade do mercado, mas sim ao gosto de uma pessoa – seja o dono, o diretor de marketing, ou qualquer outra pessoa envolvida no processo.
Em um mundo ideal, a empresa é que deve entender a necessidade do público, saber qual é a melhor forma de se comunicar com seu público. E atualmente a maioria das empresas está consciente disso. As empresas sabem que para poder comunicar necessitam de imagens, desenhos, algo relacionado com a linguagem visual. Mas nem sempre sabem como usar essa linguagem. De outra parte, as empresas recorrem às agências de publicidade, que são responsáveis por criar campanhas que transmitam mensagens claras. Mas pode ser que dentro dessas agências existam pessoas que, por sua vez, não estejam preparadas profissionalmente para exercer seu trabalho, colocando em risco a marca e a credibilidade de seus clientes.
Considerando o tema da presente edição do INTERBUSINESS, “Making Small is The New Big”, pode-se aplicá-lo ao mundo das imagens?
AG: O exemplo não é dos mais agradáveis… Mas me vem à mente agora como jornalista. Com todos os problemas que acontecem com os refugiados da Síria, quantos de nós, por estarmos a quilômetros de distância, não refletimos sobre esse tema, não nos damos conta do drama vivido? Até que nos deparamos com a imagem de uma criança estendida de bruços em uma praia, morta. Uma pequena criatura, com sua inocência, que no mundo que todos queremos estaria brincando na areia, construindo castelos, correndo. Mas estava de bruços na areia, morta. Essa imagem fez com que muitas pessoas de todo o mundo tomassem consciência do problema enfrentado pelos refugiados, os problemas de uma guerra estrangeira. Aí está o poder de uma imagem: apenas um frame resume todo o problema que acontece com os refugiados. Imagem essa que desperta um sentimento de responsabilidade: é preciso fazer algo sobre isso.
Alguém me perguntava por que os mexicanos têm tanto carinho pelos brasileiros. Eu não sou mexicano, mas hoje moro na Cidade do México. Respondi buscando uma imagem no Google que mostrava o jogador Pelé, celebrando a conquista do campeonato mundial de futebol em 1970, vestindo em sua cabeça um “sombrero” mexicano. Uma só imagem pode falar sobre política, cultura, comportamento… Como se diz: uma imagem expressa mais do que mil palavras. Basta utilizar a imagem correta.
Para mais informações sobre o IX INTERBUSINESS, acesse: http://fespinternacional.com.br/