Professora aponta a necessidade de unir, como método de ensino, a tecnologia e os meios tradicionais; integração que o mercado de trabalho exige

Dra. Marianne Hoeltgebaum para discorrer sobre tendência, empreendedorismo e inovação. Foto por Larissa Moutinho / Agência de Comunicação ACCIO. 

“Errar faz parte do processo para acertar e tentar algo novo, estando à frente das tendências de mercado”. A frase é da empreendedora, consultora, sócia de empresas, pesquisadora e professora universitária Marianne Hoeltgebaum, que orientou e incentivou ao público no grande auditório da FESP a se inspirar em grandes nomes do empreendedorismo.

Dentre eles, destacam-se visionários como Jeff Bezos, na implementação da Amazon, e Elon Musk, empresário que está à frente do seu tempo, apostando sempre em ideias inovadoras. Em outras palavras, a proposta se encaixa perfeitamente no ditado: “Perder batalhas para ganhar a guerra”, ou seja, de acordo com a professora, o empreendedorismo exige investimento a longo prazo, porque haverá momentos de frustrações, tendo como consequência a perda do dinheiro.

Afinal, como ela explica, a ideia pode não emplacar no mercado, o que acarreta prejuízos financeiros. No entanto, este é o processo e a recomendação da professora, no qual seja um processo contínuo de acertos e erros. Ela ainda enfatiza a necessidade de estar ciente que, na maioria das vezes, os indivíduos realizarão o sonho dos outros, o que, na opinião da palestrante, não é problema, mas é preciso que haja ciência disto.

Intitulada de “Tendências em Empreendedorismo e Inovação”, a doutora em Administração discorreu sobre como as mídias sociais impactam na vida dos internautas e as funcionalidades da Inteligência Artificial, que revolucionaram a sala de aula e o mundo corporativo.  

“A integração da tecnologia ao aprendizado propicia o sucesso dos alunos, a análise de dados por meio de recursos digitais, personalizando o conteúdo ao estudante. Além disso, contribui para produção colaborativa do conhecimento, a partir de textos acadêmicos e materiais de leitura”, salientou a docente da FURB (Universidade de Blumenau).

A tecnologia, no entanto, pode desencadear doenças como ansiedade e depressão, por gerar o que se denomina dopamina. Ou seja, como explica a doutora, a dopamina em excesso acarreta prejuízos na saúde mental das pessoas, que buscam constantemente pelo mecanismo de recompensa ao sentir a necessidade de integrar a um grupo social, por meio das mídias sociais.  

“A dopamina é liberada não apenas quando recebemos uma recompensa, mas também quando a antecipamos”, afirmou a palestrante.

Apesar dos malefícios que causam a saúde mental da atual geração, a tecnologia se faz presente constantemente na vida das pessoas, como pontua a professora. É uma comunicação que elimina as barreiras geográficas, facilita o processo de networking e a informação chega com mais facilidade ao interlocutor. Este caminho, conhecido como globalização, permite ao profissional desenvolver novas habilidades interpessoais, tanto a flexibilidade quanto a adaptabilidade.  

 

Competências interpessoais:  

Na explicação da docente, o profissional, ao passar pelo processo de adaptabilidade, perpassa por cinco fases: consciência, flexibilidade, contexto, intuição e evolução. A primeira etapa consiste na consciência que há de si mesmo, dos outros e do ambiente; já a flexibilidade está relacionada a ampla gama de tarefas realizadas, se ajustando às mudanças externas, sem a necessidade de orientação; no caso do contexto, cabe a pessoa a habilidade para operar em situações complexas; na quarta fase, a intuição é a capacidade de compreender dados explícitos; e, por fim, a evolução está diretamente relacionada ao aprendizado e desenvolvimento contínuo ao longo da vida.  

Ela ainda relembra que estamos na Era Experiencial, que se encontra subdividida em três nomenclaturas: valorização das experiências, realidade aumentada e virtual, e as implicações no mercado 

“Estamos entrando em uma era onde as experiências são mais valorizadas do que os produtos ou serviços. E, por sua vez, permitem experiências imersivas por meio da realidade aumentada e virtual. Cada novidade que chega ao mercado tem uma implicação no comportamento do consumidor e na experiência do usuário”, analisou Marianne.  

Para finalizar, a palestrante resgata alguns pontos primordiais que são alguns dos desafios que os profissionais e o mercado precisam contornar. Os avanços da IA, por exemplo, despertam preocupações com questões éticas, de privacidade e de segurança. “Além das oportunidades, a IA também tem implicações no cenário do emprego, exigindo reflexão e adaptação. Manter o equilíbrio entre os avanços tecnológicos e a responsabilidade social é um desafio central da era da IA”, enfatizou. 

Ela ainda apontou que ninguém sabe das consequências da IA, então as pessoas têm como responsabilidade se preservar física e mentalmente, tendo em mente que ninguém arcará com esta atribuição. O mesmo deve ser feito pelos empreendedores com suas equipes, mantendo-as motivadas e, principalmente, com o bem-estar emocional delas em dia.