Obra de Zygmunt Bauman, 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno, traz insights do que se espera do papel do educador na atualidade
As inspiradoras cartas do sociólogo e filosofo polonês Zygmunt Bauman foram umas das referências citadas nesta terça-feira (27/02), no evento que marcou a acolhida ao corpo docente da FESP. Unindo professores veteranos e novos docentes, o encontro contou com duas conversas provocativas, sobre o novo momento da faculdade FESP.
A noite começou com a apresentação dos três diretores à frente da nova gestão da FESP. Eles desejaram as boas-vindas oficiais aos professores, apresentaram o quadro de coordenadores e revelaram os pilares aos quais a FESP escreverá este novo capítulo da história.
Com muito respeito e orgulho pelos 87 anos de tradição, a FESP visa ressaltar seus pontos positivos, como a qualidade no ensino, a tradição dessa que é a faculdade particular pioneira no estado do Paraná e a excelente localização e estrutura. Mas também trouxeram algumas palavras-chave que irão compor a essência da Nova FESP, com foco na inovação que a educação pede. São elas: aprendizagens ativas, educação positiva e um olhar amplo para a aprendizagem socioemocional e ética.
Para vivenciar um pouco do que foi abordado na noite, clique abaixo e confira os conteúdos das duas palestras de abertura:
Por fim, confira na íntegra uma das cartas de Zygmunt Bauman, que inspirou a palestra de abertura com os docentes da FESP:
Trecho presente na Obra “44 CARTAS DO MUNDO LÍQUIDO MODERNO”
“É este o tipo de conhecimento (melhor dito, inspiração) ambicionado por homens e mulheres em tempos de modernidade líquida. Eles querem orientadores para lhes mostrar como caminhar, e não professores que lhes façam seguir a única estrada possível – aliás, já cheia de gente, justamente por ser “a única”. Os orientadores que eles querem, e por cujos serviços se dispõem a pagar o que for preciso, devem ajudá-los a escavar as profundezas de seu caráter e personalidade, até o lugar onde se supõe que estejam os ricos depósitos de minérios preciosos a exigir escavação. Os orientadores sem dúvida reprovam a preguiça ou a negligência dos clientes, não a ignorância; eles lhes apresentarão um conhecimento prático do tipo ‘como fazer’, savoir être ou savoir vivre, e não o savoir, um conhecimento do tipo ‘saber que’, o mesmo que os educadores ortodoxos desejavam comunicar aos alunos – e o faziam muito bem”.
“O culto atual da ‘educação continuada’ focaliza em parte a necessidade de atualizar informações profissionais a respeito do ‘estado da arte’. Todavia, uma parte equivalente e talvez maior dessa popularidade se deve à convicção de que a personalidade é uma mina jamais exaurida; que ainda existem mestres espirituais que sabem como atingir os depósitos inexplorados ou mesmo não descobertos, que outros guias não alcançaram ou lamentavelmente ignoraram – e que, com algum esforço, é possível encontrar esses mestres. E, claro, com braços e pernas disponíveis em quantidades suficientes para pagar por seus serviços”.
A carta é uma inspiração para a proposta de ensino que a FESP passa a adotar, com professores muito mais próximos aos alunos e dispostos a cocriar o conhecimento, por meio de mentoria e de aulas com abordagem ativa.