Palestrante Luciana Savaris evidencia, por meio de pesquisa científica, que o trabalho psicológico pode ser desenvolvido em conjunto com a crença e fé do indivíduo
Os acadêmicos do curso de Psicologia participaram, na manhã desta segunda-feira (13), do início da Semana Acadêmica da FESP. No primeiro encontro, a convidada Luciana Savaris evidenciou, por meio de pesquisa científica, que o trabalho do psicólogo pode ser desenvolvido em conjunto com a crença e fé do indivíduo.
Afinal, no Brasil, 95% da população declara ter religião, 83% consideram religião muito importante para as suas vidas e 37% frequentam algum serviço religioso, pelo menos, uma vez por semana. Esta pesquisa faz parte dos estudos do psiquiatra brasileiro Alexander Moreira-Almeida (2010).
O intuito da conversa, intitulada de “Psicologia e Espiritualidade”, foi proporcionar uma experiência diferenciada do trabalho desempenhado pelos profissionais da área, entendendo os limites éticos quando se trata de religião e espiritualidade da pessoa.
“Dentro dos rituais e das crenças religiosas, há momentos em que se precisa olhar para isso [espiritualidade e religiosidade]. Isso não significa que você [psicólogo] vai atravessar o direito de escolha do sujeito, mas precisa trazer isso para a problematização”, orienta a palestrante aos acadêmicos.
Além de definir “espiritualidade” e “religiosidade”, a psicóloga compartilhou os percalços enfrentados na profissão, quando o paciente, dependendo do quadro clínico, recusa a medicação por conta da crença e dos valores religiosos. Ela recorda de momentos em que teve que dialogar com o líder espiritual do paciente para que todos pudessem chegar a um consenso.
“Há pacientes que se agarram à fé e o tratamento se torna muito importante. Ele [o tratamento] se faz a partir da crença de que Deus vai curar. Todos nós, seres humanos, temos uma busca de sentido. Todos precisamos nos conectar com algo que nos dê força. Essa busca pode se dar pela religião ou não”, esclarece.
A palestrante encerra o encontro a partir de dados que apontam a melhora dos pacientes que são diagnosticados com estresse, problema cardiovascular, saúde mental debilitada, sistema imunológico frágil e, inclusive, em estado terminal, no qual encontram mecanismos de cura, a partir da crença e da fé, em consonância ao trabalho do psicólogo.
Linhas de Pesquisa na Psicologia
A palestra “Formação Científica e linhas de pesquisa em Psicologia”, ministrada pelas docentes Gisele Taxdorf Martins e Patricia Cardoso, teve por objetivo instigar os acadêmicos a desenvolverem pesquisas científicas em temáticas que tenham interesse.
A professora Patricia Cardoso compartilhou a própria trajetória profissional, recordando dos tempos de estudante. À época, se sentiu motivada a trabalhar com Psicologia Social Comunitária, tendo a oportunidade de adentrar comunidades isoladas, nos bairros de Curitiba (PR), como o Sabará e a CIC.
Esse pontapé inicial a levou a trilhar outras comunidades, proporcionando o sentimento de “consciência de cidadão” às pessoas, tanto no Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, em Morretes (PR), quanto no Pantanal (MS).
“Você nunca é neutro em uma pesquisa. A escolha pelo tema pesquisado não é neutra, porque têm relação às suas crenças. Não é neutro no sentido de influenciar a resposta, mas a escolha do que vou pesquisar não é neutra”, enfatiza.
Psicóloga da Saúde: “A vida ainda vale a pena”
A professora Gisele Taxdorf Martins começou a se dedicar a psicologia da saúde e aos primeiros socorros psicológicos, quando passou no processo seletivo da Polícia Militar em Umuarama (PR). Deste trabalho, desenvolveu uma pesquisa voltada para a prevenção ao suicídio aos policiais da corporação.
Esta iniciativa ganhou frutos e chegou às escolas, denominada de “A vida ainda vale a pena” e “Cuca Legal”, dialogando com o público adolescente. Esta proposta está presente na abordagem Fenomenológica Existencial que a docente se dedica no atendimento clínico, destacando-se em âmbitos como:
- Psicoterapia Individual.
- Terapia de luto.
- Transtornos de humor.
- Transtornos ansiosos.
- Primeiros socorros psicológicos e plantão psicológico.