Nesta terça-feira (27/02), a FESP realizou um Welcome Coffee aos professores. O novo corpo docente, composto tanto por professores veteranos quanto por novas mentes, se reuniu para conhecer a nova gestão e iniciar uma série de debates sobre os novos métodos de ensino e aprendizagem e o papel do educador no contexto atual.
A noite começou com os três diretores da nova gestão da FESP saudando oficialmente os professores, apresentando a equipe de coordenadores e revelando os princípios que guiarão essa nova fase da instituição. Com um profundo reconhecimento aos 87 anos de história e tradição da FESP, eles destacaram os pontos fortes da faculdade, como a qualidade do ensino, sua posição pioneira no estado do Paraná e sua excelente infraestrutura e localização.
Renato Loures Bueno Filho relembrou um dos ensinamentos do renomado gestor austríaco Peter Drucker, quando afirma que “o papel da liderança é criar um alinhamento das forças para que nossas fraquezas sejam irrelevantes”. Ele também propôs uma conexão desse pensamento com o fundamento biológico-cultural sobre conservação e mudança, de Humberto Maturana e Ximena Dávila, que nos ensina que“o que define o que pode mudar no devir de cada sistema é o que se conserva nele”.
Diretor-presidente da FESP, Renato enfatizou que para dar sequência na história de êxito da FESP, é preciso estar atento às novas formas de ensinar e às necessidades dos alunos e do mercado de trabalho. “E ter coragem para inovar, mas sem perder nossa essência positiva, ou seja, mantendo nossas fortalezas, aquilo que melhor existe na FESP”, complementou.
Tradição, excelência do corpo docente e reconhecimento
“Queremos ressaltar as fortalezas da faculdade, como a tradição, a excelência do corpo docente e o reconhecimento dos alunos no mercado de trabalho. Mas é preciso ir além: causar de fato um impacto positivo na sociedade, promover o bem, cuidar do aluno desde a entrada até o retorno nos cursos de graduação, pós-graduação e quem sabe, até como futuro integrante do corpo docente, como temos tantos aqui. Convido vocês a participar colaborativamente da nova Fesp. Vocês são a essência dessa faculdade”, afirmou Renato.
Anderson da Luz reforçou as boas-vindas e se colocou à disposição para atender aos professores no departamento financeiro. Destacou também a importância da proximidade da área administrativa com o corpo docente, em volta de uma FESP mais alinhada e integrada.
Por fim, Renata Virginia, apresentou os primeiros insights em aprendizagens ativas, educação positiva e desenvolvimento socioemocional e ético. Ela abordou alguns exemplos paranaenses e lembrou que o cenário educacional mudou drasticamente em relação ao de 87 anos atrás. O ensino evoluiu para um modelo interativo, com os alunos envolvidos em atividades práticas. No entanto, o acesso a uma quantidade massiva de informações diárias tem sobrecarregado os estudantes, dificultando a capacidade de gerenciar tanta informação.
“É crucial repensar a educação para desenvolver habilidades essenciais destacadas pelo Fórum Econômico Mundial, como criatividade e pensamento crítico. Isso requer uma reformulação do papel do professor e uma abordagem que promova questionamentos e autonomia dos alunos. Além disso, é fundamental proporcionar experiências práticas no mercado de trabalho e adotar uma gestão humanizada, que valorize tanto alunos quanto professores”, afirmou Renata.
O foco está em oferecer uma educação de qualidade, centrada no desenvolvimento integral dos indivíduos e na promoção de valores como ética e inteligência emocional. Essa abordagem visa preparar os alunos para enfrentar o mercado de trabalho de forma mais tranquila e contribuir para a melhoria da sociedade.
Na sequência, Renata apresentou as duas convidadas da noite.
Educação Transformadora
Lilian Luitz, empresária com larga experiência com gestão educacional, abordou o tema: “Educação Transformadora”. Ela iniciou a conversa com a provocação do quanto a educação do futuro precisa estar preparada para enfrentar um mundo em constante mudança. É essencial promover compreensão, empatia e ética para lidar com a diversidade cultural e os possíveis conflitos.
Ela destacou 7 saberes para a educação do futuro:
1. Enfrentar as incertezas em um mundo de constante mudança.
2. Ensinar a compreensão e empatia para lidar com a diversidade cultural e os conflitos.
3. A ética do gênero humano: valores éticos que devem orientar a ação humana.
4. Abordagem holística e integrada.
5. Conexão entre as disciplinas.
6. Ensinar a condição humana – dimensões biológicas culturais e sociais.
7. Ensinar a identidade terrena promove o senso de pertencimento a comunidade e suas interdependências entre os seres e o planeta.
Para uma educação transformadora, Lilian defendeu como necessário confrontar os alunos com desafios, fornecer recursos para a busca de respostas e colaborar na organização da aprendizagem deles.
Estratégias como a sala de aula invertida, onde o conteúdo é estudado em casa e atividades práticas são realizadas em sala de aula, podem ser eficazes. Além disso, é crucial estabelecer conexões entre as disciplinas e promover escolhas de interesse por meio de oficinas de aprendizagem.
Por fim, ela enfatizou um olhar sistêmico para transformar os alunos em sujeitos integrais e atentos às necessidades de um mundo em constante evolução. Dessa forma, a educação se torna um processo de escuta ativa, respeitosa e transformadora, que visa não apenas transmitir conhecimento, mas também formar seres humanos éticos, empáticos e preparados para enfrentar os desafios do futuro.
O Custo do Analfabetismo Emocional
Fernanda Rocha Loures, advogada com formação em aprendizagem socioemocional e ética, seguiu com o tema: “O Custo do Analfabetismo Emocional”. Ela iniciou a fala, revelando sobre o curso de “SEE Learning” que ela e a diretora acadêmica da FESP, Renata Virginia, realizaram globalmente sobre aprendizagem socioemocional e ética em um contexto de modernidade líquida.
Diante das mudanças nas relações sociais e culturais da atualidade, surge a necessidade de fortalecer o aspecto humano, trabalhando a gestão emocional e ética tanto nas escolas quanto na sociedade em geral.
Fernanda destacou Zigmunt Bauman, sociólogo polonês, que alerta para a fragilidade dos laços sociais e a predominância da comunicação virtual sobre a presencial, o que impacta diretamente na saúde mental das pessoas. A falta de alfabetização emocional torna-se um problema alarmante, contribuindo para transtornos como depressão e ansiedade, que afetam a produtividade e o bem-estar individual e coletivo.
A Organização Mundial da Saúde destaca a importância do investimento em saúde mental para o desenvolvimento socioeconômico e a promoção dos direitos humanos básicos. Por isso, um ensino pautado em valores como empatia, tolerância e compaixão, buscando transformar educadores em facilitadores do crescimento emocional dos alunos é tão crucial. Reconhecer a própria humanidade e a dos outros é essencial para promover uma sociedade mais ética e inclusiva.
O aprendizado emocional nesse contexto é fundamental para lidar com conflitos de forma construtiva e contribuir para a paz social. Daí a importância de uma jornada de aprendizado sobre si mesmo e de cuidar da própria saúde mental em meio a desafios e pressões externas. É preciso uma abordagem mais holística e humanizada da educação, preparando indivíduos para os desafios de uma sociedade em constante transformação. Jornada essa que será ofertada em formato de disciplina optativa para os alunos, mas também abrangerá uma formação continuada para os professores da FESP.
Os próximos dias serão de rodas de conversas, entendimento das matrizes dos cursos e integração dos alunos na nova Fesp, valorizando a ética como parte essencial do processo educacional. A direção da instituição destacou por fim a importância do envolvimento e dedicação de todos para a construção dessa Nova Fesp. O foco está em mentorar os alunos e garantir que a aprendizagem seja significativa e conectada à vida dos estudantes.