Semana Acadêmica da FESP traz Reflexão sobre o papel do ESG nos negócios
Durante a Semana Acadêmica da FESP, a palestra Como empresas podem lucrar cuidando das pessoas e do planeta, ministrada por Cláudia Coser, provocou reflexões sobre o papel das organizações diante das mudanças climáticas e das novas demandas de consumo. O encontro reuniu estudantes e professores de cursos de Gestão da FESP – Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, que puderem aprofundar o conhecimento de que sustentabilidade e rentabilidade não são opostos — são caminhos que se cruzam.
Para a professora Lucinete Hey, a abordagem de Cláudia trouxe clareza e atualidade ao debate sobre ESG. “Particularmente eu gostei da forma como a Cláudia abordou o tema, trazendo algo mais atual do que está acontecendo, do que é realmente o ESG e o que é a sustentabilidade”, comentou. A professora contou que conversou os alunos e obteve um feedback bastante positivo à palestra, percebendo um interesse aprofundado no tema.
Claudia e alunos na palestra (foto divulgação)
ESG como lógica de negócio
Na palestra, Coser destacou que o envolvimento das empresas com o meio ambiente deixou de ser uma questão opcional ou de “responsabilidade social” e passou a fazer parte da lógica de negócio. Lucinete reforça esse ponto ao observar que “a questão do ESG e a questão da sustentabilidade não vêm dos governos, vêm das empresas”. Ela explica que há dois grandes fatores que motivam essa mudança de postura: os impactos ambientais sobre os próprios custos de produção e a pressão crescente do mercado consumidor.
“As empresas estão percebendo, e isso já faz um bom tempo, que o clima está mudando, as coisas estão mudando, tudo está ficando mais difícil para a sociedade e, com isso, muitos produtos que são extraídos da natureza são finitos e alguns até já não existem mais. Com isso, o que acontece: aumenta o custo para as empresas e reduz as possibilidades de produção”, destacou.
Por isso, há uma nova lógica de eficiência em jogo. “As empresas estão percebendo que podem reduzir custo de produção e aumentar possibilidades de produção cuidando do meio ambiente, buscando logística reversa, reciclagem, reaproveitamento, inovando na questão das matérias-primas”, explicou Lucinete.
Essa mudança de mentalidade, segundo a professora, é movida por necessidade e por um novo tipo de consumidor.
“Não é porque o empresário é bonzinho que ele está pensando mais nisso, mas porque o mercado está exigindo, o meio está exigindo. O consumidor também tem estado cada vez mais consciente dos impactos ambientais.”
A fala da professora sintetiza o espírito da palestra: o cuidado com as pessoas e com o planeta não é apenas um valor ético, mas um diferencial competitivo. Em tempos em que recursos naturais se tornam escassos e consumidores mais atentos, lucrar e preservar caminham lado a lado — não por altruísmo, mas por estratégia.
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